Para mim, toda a essência da mensagem funk está neste Express Yourself, embora não seja o mais efusivo dos clássicos do género. É que está lá tudo. O assumir de uma sexualidade que faz bem, o reconhecimento (e mais que isso...) do corpo, a liberdade de se ser quem é e de o dizer sem preconceitos. É um hino à tua liberdade mais íntima, àquela que, nestes tempos tão modernos, parece ficar esquecida, relegada para segundo plano. Somos livres, democraticamente livres, legalmente livres, mas nem todos conseguimos o prodígio de sermos livres connosco próprios. O funk é isso.
Também é ritmo, também é dançar até que os pés doam e o suor escorra pela cara e pelas costas abaixo, também é libertação do corpo e da mente. Também, também...
Express Yourself, de Charles Wright, não é um pedido. É uma ordem.
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"Some people have everything, and other people don't.
But everything don’t mean a thing if it ain´t the thing you want.
Express yourself!"
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Não podia deixar de lembrar aqui a perda que foi a morte inesperada de António Sérgio. Foi também por causa dele e da sua Hora do Lobo que me apaixonei pela rádio, que me apaixonei cada vez mais por música e pela divulgação. Talvez a única forma verdadeiramente digna de se lhe prestar homenagem, para além de todas as palavras, é continuarmos todos a ouvir e a apoiar a boa música que se faz, aqui e ali.
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