Às vezes parece-me que existe um certo preconceito em relação à música popular brasileira, apesar de Portugal ter sido sempre dela um grande consumidor.
E apesar de, nos seus últimos trabalhos, muitos músicos portugueses se terem dedicado às sonoridades do Brasil. São disto exemplo JP Simões, Maria João, Teresa Salgueiro e até Maria de Medeiros.
E apesar de a brasileira bossa-nova ter intensas relações com o jazz e de ser considerada música "da elite cultural", quando apareceu, nos anos 50.
Contradições.
Portugal e o irmão Brasil vivem a vida sob pontos de vista diferentes. Pode dizer-se que um vive sob a alçada do fatalismo do fado, e o outro sob a alegria do samba. Mas nem tudo é assim tão linear. Até no mais pungente fado existe uma pontinha de sol e até no mais carnavalesco samba existem resquícios de tristeza.
É talvez isto que aproxima timidamente brasileiros e portugueses. Isto e também o facto de o cosmopolitismo da MPB estar na moda.
A verdade é que é melhor ser alegre que ser triste.
Propoho para hoje esta pérola de Vinicius de Moraes & Odette Lara, do álbum com o mesmo nome, de 1963.
Alegria e tristeza, neste Samba da Bêção, Vinicius de Moraes.
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"Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não"
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