quarta-feira, 29 de julho de 2009

Wordsong - 5 Fotografias (2002)

Estive a ler o último post que escrevi sobre os Wordsong. Não o devia ter feito, agora não sei o que diga, sem estar a repetir-me.

Continuo a gostar mais de Al Berto que de Pessoa, não me perguntem porquê, que eu não saberei dizer com precisão. Talvez seja por me soar mais experimental, talvez seja por causa do poeta, não sei.

Continuo a achar Pedro D'Orey um dos mais carismáticos vocalistas portugueses. Ninguém faz aquilo que ele consegue fazer com as palavras. Ninguém. Muito para além de cantar, muito para além do mero spoken word.

Continuo a ver naquela banda um envolvimento e uma criatividade sem par que não se esgota na simples adaptação de poemas. Eles são aqueles poemas. É quase como se as teclas fizessem um verso, o baixo outro, a guitarra outro, a bateria outro, a voz outro, as imagens outro ainda. E dessa conjugação nascesse o poema, e não da queda da laranja.

Os Wordsong continuam a ser um dos projectos mais estimulantes da música nacional.

5 Fotografias, para os Wordsong.

________

"Apesar de Alexandre ter um olho de cada cor, a fotografia tinha o rigor das imagens a preto e branco."

terça-feira, 21 de julho de 2009

Pearl Jam - The Fixer (2009)

Este ano o grunge está em alta. Para além do regresso dos Alice In Chains, com novo vocalista, e no ano em que celebrámos Ten, álbum seminal do movimento de Seattle e de toda a década de 90, os Pearl Jam estão de volta com mais um álbum de originais, Backspacer.

The Fixer, o primeiro avanço, foi divulgado ontem e já estou a imaginar a divergência de opiniões. Uns dirão que é um grande tema, ao melhor estilo da banda de Eddie Vedder, outros dirão que não passa de mais uma canção rock FM, comercial. Vão dizer que fica no ouvido, que vicia. Para alguns isso é mau, para outros nem por isso.

A mim não me parece uma grande canção, nem tão pouco me parece que os Pearl Jam escolheram para single um tema comercialão. The Fixer não é tipicamente Pearl Jam, porque, a bem da verdade, a banda não tem uma canção-tipo. Não é um tema épico, não é um Even Flow nem um Alive, tão pouco é um Black. Mas, alguém já se esqueceu de Lost Dogs, o duplo álbum que é a prova mais que provada que Eddie Vedder e companhia formam a banda mais versátil do grunge e talvez uma das mais honestas?

Gostei bastante da sonoridade veraneante, do rock simples e directo, do timbre inconfundível e familiar de Eddie Vedder, mas gostei sobretudo da mensagem. Não é preciso estar-se zangado, não é preciso ser-se agressivo, pessimista, negativista, para se ser revolucionário. Ninguém está sempre de mal com a vida. Os Pearl Jam não estão, com certeza, e isso ouve-se. Ouve-se e sabe tão bem...

Até chegar o álbum, Pearl Jam, The Fixer.

__________

"When something’s dark let me shed a little light on it
When something’s cold let me put a little fire on it
If something’s old I wanna put a bit of shine on it
When something’s gone I wanna fight to get it back again"

domingo, 5 de julho de 2009

Alice In Chains - A Looking In View (2009)

Confesso que fiquei surpreendida quando soube do regresso dos Alice In Chains, 7 anos depois da morte de Layne Staley, 14 depois do último álbum. Depois, aquela sensação dúbia: por um lado, a excitação de ver de volta uma das minhas bandas preferidas de sempre, por outro, o medo de que a nova formação traia a memória saudosa de um dos frontmen mais carismáticos de todo o movimento grunge. Um homem com um timbre inimitável, uma presença incomparável.

Hoje não consigo deixar de tremer ao digitar o endereço do site da banda. Está lá para escuta e download o primeiro avanço para o álbum que vai sair em Setembro. A Looking In View é o single, Black Gives Way To Blue, o disco. Os primeiros sem Staley.

Entro, arrepiada e com pequenas borboletas na barriga. Faço a inscrição para o download, entro no site propriamente dito e a canção começa a tocar. Parece que voltei aos meus 13 / 14 anos, ao quarto de cortinas verdes e à aparelhagem de som (que conservo ainda) em cima da escrivaninha velha de madeira. Parece que voltei ao dia em que, pela primeira vez, pus um disco dos Alice In Chains a ecoar pela casa toda. Andava fascinada com o grunge, já tinha passado pelos obrigatórios Nirvana e Pearl Jam e voltava-me agora para o lado mais negro e pesado do movimento, voltava-me para a banda de Layne Staley. (É engraçado como ainda hoje o meu pai reconhece a música que durante anos deu cor às nossas manhãs: Got Me Wrong, em versão MTV Unpplugged).

Ao ouvir A Looking In View, percebo que devia ter confiado em Jerry Cantrell. Ele só ressuscitaria os Alice In Chains se realmente isso honrasse a vida e obra do amigo Staley. E sendo ele um dos principais compositores, outra coisa não seria de esperar: está lá tudo. Aos primeiros acordes respira-se o espírito Alice In Chains original. Não vou pensar em William DuVall, o novo vocalista, como o substituto de Staley. Ninguém iguala aquela voz. Ninguém. Mas é uma excelente escolha, um vocalista competentíssimo, que se encaixa perfeitamente na sonoridade da banda.

Os Alice In Chains já estão a preparar a tournée europeia. Se vierem a Portugal, vou lá estar sem nenhuma dúvida. Por Staley, por Cantrell, e pela nova vida que deu a uma banda seminal.

A Looking In View, o regresso dos Alice In Chains.

_________

"A looking in view too long on the outside
Desperate plans make sense in a low life

That's why you'll never tell me heaven's on your mind"

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Phoenix - 1901 (2009)

A conselho do Rui Maia (que, diga-se assim de passagem, tem um excelente Ep acabadinho de sair pela Optimus Discos, grátis e tudo), ando a ouvir Wolfgang Amadeus Phoenix, o álbum de estreia dos franceses Phoenix.

Não sei bem o que dizer. Talvez que gostei do facto de conjugarem boas letras, com um electro-rock interessante. E também gosto muito da voz. Para além de que 1901, o single, me deixa sempre bem disposta.

Fica bem como parte de uma playlist de verão (sem qualquer desprimor, muito pelo contrário) e a mensagem da letra adequa-se ao momento, este em que pareço coleccionar canções sobre o passado, o presente, o futuro e as chatices que cada um deles traz.

Não vou engonhar mais e aqui fica a deliciosa letra na íntegra. 1901 está disponível para download gratuito no site da banda, por isso não há cá desculpas. Toca a procurar, que vale bem a pena!

1901, os Phoenix, uma banda para ficar de olho.

_______


"Counting all different ideas drifting away
Past and present they don’t matter
Now the future’s sorted out
Watch her moving in elliptical patterns
Think it’s not what you say
What you say is way too complicated
For a minute thought I couldn’t tell how to fall out

It’s twenty seconds till the last call
You’re going hey hey hey hey hey hey
Lie down you know it’s easy
Like we did it over summer long

And I’ll be anything you ask and more
You’re going hey hey hey hey hey hey hey
It’s not a miracle we needed
No I wouldn’t let you think so

Fold it, fold it, fold it, fold it

Girlfriend, oh your girlfriend is drifting away
Past and present 1855 -1901
Watch them built up a meteor tower
Think it’s not gonna stay anyway
Think it’s overrated
For a minute thought I couldn’t tell how to fall out

It’s twenty seconds till the last call
You’re going hey hey hey hey hey hey
Lie down you know it’s easy
Like we did it over summer long

And I’ll be anything you ask and more
You’re going hey hey hey hey hey hey hey
It’s not a miracle we needed
No I wouldn’t let you think so

Fold it, fold it, fold it, fold it"