quinta-feira, 13 de agosto de 2009

David Fonseca - A Cry For Love (2009)

Corro o sério risco de levar um raspanete de alguns amigos meus depois daquilo que já disse e vou dizer agora aqui. É que alguns deles são fiéis seguidores do David Fonseca e eu, confesso, já tive as minhas "desavenças" com o músico.

De maneira que, quando chega material novo do ex-Silence4, os fãs rejubilam, lançam foguetes, ficam ansiosos e eu... ponho o meu pé atrás não vá surgir dali um segundo Someone That Cannot Love.

Talvez por causa destas minhas reservas, não gostei imediatamente de A Cry For Love, quando a ouvi pela primeira vez na rádio. Aos poucos e poucos, aquilo que me parecia mais do mesmo, uma melodia simples, um registo vocal pouco interessante ou carismático, começou a revelar-se uma boa canção. Ainda não é brilhante, mas ainda assim é uma boa canção. E já começo a sentir vontade de descobrir o álbum, previsto para Outubro.

Às vezes dou comigo a pensar numa coisa curiosa: apesar da legião de fãs que David Fonseca já tem e de eu ser uma espécie de fã intermitente, parece-me que, ainda assim, ele é um pouco subestimado. Ok, os álbuns são sempre estrondosos sucessos, os lançamentos e concertos estão sempre à pinha, a relação com os fãs é inacreditável, mas... parece que falta ali qualquer coisa. A coisa pode ser o reconhecimento como artista e não apenas como talentoso fazedor de canções.

É que ele está muito para além disso. Para além das canções e das multidões.

Enquanto não há mais, A Cry For Love. David Fonseca.

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"I jumped to the water, I swam to the shore
Turned up at your doorstep, I slept on your floor
I woke up in panic, I dreamt you were gone
You're gone, you're gone"

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Nouvelle Vague - Dancing With Myself (2004)

Uma noite destas deu-me uma vontade incontrolável de desenterrar os clássicos de Billy Idol. Na verdade, eu sabia que estava calor na cidade nessa noite e o tema surgiu na minha cabeça claro como água. Depois seguiu-se White Wedding, Sweet Sixteen, o incontornável Rebel Yell, Eyes Without a Face e este Dancing With Myself. O tema que arranca sorrisos e troças, a conhecida canção da masturbação (ou sobre o episódio dos espelhos a que Idol assistiu nas ruas de Tóquio...) foi resgatado aos anos 80 pelos Nouvelle Vague.

Já aqui falei deste engraçado projecto francês. Se a década de 80 é o maior de todos os guilty pleasures de uma certa geração de melómanos como eu, os Nouvelle Vague são um prazer culpado, mas docinho.

É claro que continuo a preferir as palmas aos estalos de dedos, e continuo a vibrar mais com as guitarras que com o contrabaixo swingado, mas não deixa de ser divertido ouvir Dancing With Myself cantado com a ingenuidade e doçura da cover dos Nouvelle Vague.

Tal como existem todos os tipos de raparigas no mundo, também existem versões de Dancing With Myself para todos os gostos e estados de espírito. Esta é a dos Nouvelle Vague.

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"So lets sink another drink
'cause it'll give me time to think
If I had the chance
Id ask the world to dance
And I'll be dancing with myself"

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Becky Lee And Drunkfoot - Old Fashioned Man (2008)

Contam-se velhas histórias sobre one-man bands. Foram invenções práticas, principalmente para músicos de rua: não estavam dependentes de outros músicos e podiam andar por aí à boleia, com uma guitarra, uma mini-bateria e a obrigatória harmónica. Por outro lado, também não é difícil imaginar que, numa época em que o acesso aos discos era limitadíssima e as novas sonoridades vinham pelas ondas da rádio, o mais fácil era pegar no que estava mais à mão e imitar da melhor forma aquilo que se ia ouvindo.

Hoje, as one-man bands podem nascer da simples ideia get yourself a band!, nem é preciso mais. Eu, confesso, sou fã desta forma solitária de fazer música! Para quê complicar quando uma guitarra, um kit básico de percussão e aqui ou ali uma harmónica conseguem fazer passar a mensagem? O resultado não poderia ser mais delicioso: um som cru, puro.

Becky Lee And Drunkfoot é uma das poucas one-(wo)man bands. Já esteve em Portugal umas poucas de vezes e tem colaborado com os portugueses A Jigsaw e The Legendary Tigerman. Se, à primeira audição, a voz não me convenceu, bastou umas incusões mais atentas pelo myspace para me apaixonar pela americana e pelo seu pé bêbedo! É rock 'n' roll, é blues, é country, é o que ela quiser.

Escolhi para hoje Old Fashioned Man, um tema que parece tão clássico como o próprio homem de que fala. Delicioso e, como não podia deixar de ser, obrigatório.

Becky Lee And Drunkfoot, Old Fashioned Man.

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"I'm in love with an old fashioned man
I'm in love with an old fashioned man
all he wanna do is play guitar and sing
and you won't catch him in no designer jeans

but oh I'm just as broke up as a girl could be
'cause old fashioned him, he don't want modern me

I'm in love with an old fashioned man, yes I am
I'm in love with an old fashioned man
he ain't a year over thirty but he dresses the part
of a dear old granddad with a broken heart

but oh I'm just as broke up as a girl could be
'cause old fashioned him, he don't want modern me

see
I wanna go out and try the finer things in town
his old soul wants to go the forest, find a quarry and swim around
oh but it makes me want him even more

girls stay away from those old fashioned men
girls stay away from those old fashioned men
they'll break you even if you are a good woman
and they all seem to obsess over that romanticized ramblin'

and oh you'll be just as broke up as a girl could be
'cause old fashioned he's don't want no modern she's"