quarta-feira, 30 de julho de 2008

Nirvana - Come As You Are (1991)

O bebé Nirvana é um fait-divers. Mas um fait-divers que não passa ao lado dos fãs da mítica banda de Seattle.


Falo da notícia que correu esta semana. O bebé que aparece na capa do épico Nevermind já tem 17 anos. Foi uma feliz coincidência. Precisava-se de um bebé para fazer a capa do álbum e os pais de Spencer Elden lá aceitaram atirá-lo para a piscina para fazer umas fotos. Receberam 200 dólares por isso e, digo eu, estariam longe de imaginar que o filho seria a imagem de um dos álbuns mais influentes da história da música mais recente. O álbum que poria definitivamente o grunge no mapa da música mundial.


Spencer, o bebé Nirvana, é um ícone acidental. Diz que até gostava de ter vivido os seus 17 anos na década de 90. Gosta dos Nirvana, mas nunca chegou a conhecer nenhum dos membros. O grunge não lhe desperta tanto interesse como o tecno, mas conserva em casa o disco que o mostra como veio ao mundo, perseguindo uma nota.


Para além de se ver aqui e ali, numa t-shirt, num poster, num disco, a fama não o rala. Mas, aqui para nós, ser a imagem de um álbum que marcou várias gerações, é uma responsabilidade e, de certa forma, um orgulho.


É que Nevermind é tão-só o disco de pérolas como este Come As You Are ou Smells Like Teen Spirit, o grande single.


Hoje proponho aquela que, a cada audição, me parece cada vez mais indiscutivelmente, a canção de Nevermind. Tudo me soa a perfeição. Tudo. Do início, arrepiante, ao fim. Cada instrumento a entrar no tempo certo, da forma certa. Uma excelente composição. Do mais inspirado que há na discografia da banda de Kurt Cobain.


Para hoje, para sempre, Come As You Are, os Nirvana.




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"Take your time,

Hurry up,

choice is yours don't be late"

terça-feira, 29 de julho de 2008

The Guys From The Caravan - You Love You Commit Suicide (2008)

Estreou no passado dia 26 o tão esperado KM0, o programa de divulgação musical apresentado por JP Simões.

Ainda não eram 19:30h e já me sentava confortavelmente no sofá da sala dos meus pais à espera da estreia. O chef Henrique Sá Pessoa e o seu Entre Pratos é que ganharam comigo mais uns pontinhos de audiência... Não queria perder um segundo do programa.

A fasquia estava alta. Por um lado, a produção, a cargo da BUS, já tinha ganho a minha admiração com o programa Câmara Clara, também transmitido pela RTP2. Por outro, temos a coordenação e a apresentação de um dos músicos mais estimulantes do momento, JP Simões. A estes dois factores de peso juntamos o objectivo e o lema de KM0: percorrer Portugal e ir de encontro àqueles que, no escuro das suas garagens e estúdios improvisados, dão dinamismo à cena musical portuguesa.

As minhas expectativas eram altas, mas KM0 ainda conseguiu surpreender. Está lá tudo, uma excelente produção, um excelente formato, dá voz aos músicos, mostra as suas influências, o seu local de trabalho e - a cereja no topo do bolo - mostra a música gravada ao vivo.

Neste primeiro programa, JP e a equipa de produção rumaram a Norte e visitaram Man&Bellas, um simpático grupo que ressuscitou a sanfona; Anaquim e estes The Guys From The Caravan, duas bandas presentes nos Novos Talentos Fnac 2008.

A minha proposta de hoje é de um grupo que define o seu estilo como rocklore. Os Guys From The Caravan são folk bem disposta, risonha. Este You Love You Commit Suicide foi-me apresentado via KM0. E enquanto não chega o primeiro álbum, que vai começar a ser gravado em meados de Agosto e produzido por Flak, aqui fica a sugestão. É música fresquinha, da época.

You Love You Commit Suicide, The Guys From The Caravan.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Silence 4 - Blackbird (2000)

Dou comigo a pensar no que representam as covers. Esta é dos Silence 4, para um tema dos Beatles, do épico White Album.

Gosto do Blackbird de David Fonseca e companhia. Aliás, tanto nos Silence 4 como a solo, o músico tem feito boas versões, sobretudo quando se apresenta ao vivo. São grandes momentos. Mesmo quando os temas revisitados não são os maiores êxitos da banda "homenageada".

Assim, há versões de que gosto bastante, que são segundas-vidas para o tema original. Outras há que são meras cópias, sem valor acrescentado. Como é que as distinguimos? Não sei, nem me parece que isso seja fundamental.

Cada um terá as suas razões para gostar ou não de determinada cover. Para mim o essencial, o que me faz realmente gostar de um tema não original, é a forma como é interpretado e sobretudo sentido. Quando o músico se lança no desafio de revisitar uma canção, das duas uma: ou é fã do original ou procura algum tipo de "consagração" através da banda revisitada.

Confesso que a versão de Alanis Morissette para Crazy, uma excelente canção de Seal, me deixou particularmente perplexa. A minha mulher-ídolo do início dos anos 90, em quem em distinguia uma criatividade musical interessante, revisitava um tema sem lhe acrescentar absolutamente nada. Nem uma nova roupagem, nem sentimento, nem interpretação. Com que objectivo? Também não sei.

Para hoje proponho Blackbird, na versão dos Silence 4, incluída no DVD gravado ao vivo no Coliseu dos Recreios em 2000. Um tributo aos Beatles bastante bom.

Silence 4, Blackbird.

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"Blackbird singing in the dead of night
Take these sunken eyes and learn to see
All your life
You were only waiting for this moment to be free"

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Culture Club - Karma Chameleon (1983)

A Gigwise fez no seu site uma galeria com fotos de músicos antes e depois do consumo de drogas. O resultado é impressionante. Por lá desfilam figuras como Elvis Presley ou Amy Winehouse, passando por Pete Doherty, Courtney Love ou Kurt Cobain. Alguns mais desfigurados que outros, mas todos apresentam sinais físicos bem visíveis dos efeitos de anos de consumo de drogas pesadas.

Aquele que mais me chocou foi Boy George. Quem não se lembra do excêntrico músico, muito branco e de rosto efeminado, quase sempre de chapéu? Com os Culture Club, banda que integrou durante os anos 80, entoou êxitos como Do You Really Want To Hurt Me e este Karma Chameleon.
Lembram-se?























Boy George aparece na minha memória assim, como se mostra nestas fotografias. Entretanto os anos 80 passaram, e nunca mais me lembrei do vocalista dos Culture Club, a menos que encontrasse algum dos seus hits na rádio. Nunca vi nenhuma imagem dele mais recente. Ou se vi, dificilmente o reconheceria.
E você, consegue ver o Boy George dos 80's nesta outra foto, tirada aquando do cumprimento de uma pena de trabalho comunitário por posse de drogas?





















Eu não.
Por isso prefiro recordar Karma Chameleon, o hit de Coulour By Numbers, o segundo álbum dos Culture Club, com uma imagem do jovial e quase infantil Boy George do chapéu e lábios vermelhos.
Karma Chameleon, Culture Club.
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"I'm a man without conviction
I'm a man who doesn't know
How to sell a contradication
You come and go
You come and go"

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Coldplay - Viva La Vida (2008)

No final de Abril tinha prometido voltar a Viva La Vida Or Death And All His Friends, o novo álbum dos Coldplay. Esta manhã ouvi o segundo single, Viva La Vida, e achei que estava na hora de cumprir a promessa.

À primeira audição, o primeiro avanço, Violet Hill, não me convenceu. Pareceu-me completamente desenquadrado, talvez pelas referências a Dezembro e à neve e ao frio. Não é que as canções devam estar em sintonia com as estação do ano, no entanto isso pode influenciar a predisposição dos ouvintes para receber um single novo.

Não sei se foi esse facto ou não que me fez reagir a Violet Hill com alguma estranheza e até desilusão. Hoje, a canção já me soa melhor, embora ainda me deixe dúvidas. Todos os outros singles lançados pelos Coldplay têm em mim um impacto definitivo. Ou gosto ou não gosto. Neste caso não foi assim.

Viva la Vida, o segundo tema single, é bem distinto do primeiro, embora a mim me surja envolto no mesmo cepticismo. Não, também ainda não me convence. Parece-me mais solarengo que o primeiro, mas pouco "brilhante".

Apesar de tudo isto, e tendo em conta o que as opiniões valem em si, o álbum tem tido uma boa recepção por parte dos fãs e da crítica. Eu é que ainda não tenho vontade de ouvir o disco todo.

De qualquer das formas, aqui fica a sugestão: Viva La Vida, Coldplay.

(outra coisa que me parece desenquadrada é o título... as letras também não dão grandes pistas... Acho que vou demorar tempo a montar este puzzle).

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"For some reason I can not explain
I know Saint Peter will call my name
Never an honest word
But that was when I ruled the world"

terça-feira, 22 de julho de 2008

João Gilberto - Corcovado (1960)

Estes quentes finais de tarde merecem música a condizer. Quando as pessoas regressam às suas casas, carregadas de sacos de compras e suor no corpo, o sol a preparar-se para se esconder atrás dos prédios nos subúrbios da cidade.

A bossa nova, talvez por vir de terras quentes, é a banda-sonora ideal para os fins de tarde de verão. Não tenho abastecido o meu leitor de Mp3 com música há algum tempo, muito por culpa do livro que me tem absorvido as horas, mas que já terminei. De volta à música, ontem passeei-me pelas rádios, deixei-me ficar numa delas onde João Gilberto cantava este Corcovado que hoje vos proponho. A canção, com letra de Tom Jobim, faz parte de O Amor, o Sorriso e a Flor, da discografia do pai da bossa nova, lançado em 1960.

João Gilberto criou o estilo parente do jazz, desenvolvendo o ritmo do samba e o canto falado. Uma cadência que a mim me agrada muito.

Corcovado é um tema paradigmático do movimento bossa nova. Ao longo dos anos conheceu várias versões. Percorreu o mundo em português por várias vozes, incluindo a de Elis Regina, em inglês por Frank Sinatra e até em francês, por um músico fascinado pela bossa nova, Pierre Barouh, que não resistiu e incluiu a tradução de Corcovado no seu álbum de 2006.

Também não resisto.

Corcovado, a letra de Tom Jobim cantada por João Gilberto, é a minha proposta para hoje e para todos os fins de tarde de verão. Ou de Inverno. Ou quando se quer fazer feliz a quem se ama.

João Gilberto, Corcovado.

Que lindo!

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"Quero a vida sempre assim com você perto de mim
Até o apagar da velha chama
E eu que era triste
Descrente deste mundo
Ao encontrar você eu conheci
O que é felicidade, meu amor"

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Xutos & Pontapés - No Quarto de Candy (1997)

Ando a ler compulsivamente um livro. Há muito, muito tempo que não lia assim. Tenho dedicado a maior parte do meu tempo livre à música e, por incrível que possa parecer, ao trabalho.

Nestes últimos tempos tenho esquecido o leitor de mp3 naquela bolsinha pequena da mala, e carregado comigo, todos os dias, uma pasta com o tal livro, para que todos os momentos livres (5 minutos aqui, 10 ali) possa pegar nele e entregar-me àquelas páginas.

Trata-se do segundo livro do jornalista de investigação espanhol, Antonio Salas (pseudónimo), que se infiltrou durante um ano no mundo das máfias da prostituição.

À conta de Um Ano no Tráfico de Mulheres, vejo por todos os lados prostitutas, proxenetas e putanheiros. Traficantes, bruxos e bruxas. Aquela menina muito loira e muito branca que desmaiou esta manhã no metro poderia bem ser uma das raparigas traficadas do leste europeu que Salas descreve a páginas tantas. Aquela negra de formas generosas que encontro todos os dias no autocarro à ida para casa, poderia bem ser a Susy ou a Mery ou a Loveth da verídica história do jornalista infiltrado. O homem de aspecto asqueroso, de suspensórios, que trabalha na mesma empresa que eu poderia bem ser o putanheiro veterano Jesús ou Paulino. E Sunny, o horripilante pugilista nigeriano e traficante de mulheres, que Salas ajudou a prender, poderia ser aquele homem de ar ameaçador que se encosta ao muro da casa em frente.

É, sem dúvida um livro marcante. Não tanto pelo estilo de escrita que é, em alguns momentos repetitiva e pouco criativa (Salas é jornalista, não escritor), mas pela experiência em si e pela realidade que traz à luz do dia. Uma realidade que nos passa completamente ao lado.

Esta minha leitura fez-me lembrar de No Quarto de Candy, tema de Dados Viciados, o álbum mais "temático" dos Xutos & Pontapés. É que, apesar de não ter a certeza que a Candy da canção é uma prostituta, sempre a identifiquei como tal. O filme de 2006 com Heath Ledger, Candy, pode também ter contribuído subliminarmente para esta minha ideia.

No Quarto de Candy é uma balada com o seu quê de trágico, muito rock, de guitarras densas. Chega a ser arrepiante a forma como Tim por vezes se demora nas palavras.

Por isso, aqui fica a sugestão, os Xutos & Pontapés No Quarto de Candy.

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"Se quiseres entrar
No quarto de Candy
Vais ter de pagar
A ternura de Candy

E ela é tão doce
Candy

E eu fico á espera
Que se apague a luz
No quarto de Candy

Quando ela aparece
E sorri bonita
Sabe que quero ser o seu herói

E eu quero-te tanto
Nunca te vou deixar partir
Darei tudo, tudo o que tenho
Para tu seres minha esta noite"

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Pearl Jam - Gimme Some Truth (2003)

Ontem voltei a pôr Live at The Garden, dos Pearl Jam, no meu leitor de DVDs. É o registo de um excelente concerto que sempre que posso revejo. Para além dos inevitáveis êxitos, o DVD duplo tem ainda surpresas como a presença de Ben Harper (que constitui um grande momento) e alguns extras simpáticos.

Lembrei-me entretanto da versão de Eddie Vedder para You've Got to Hide Your Love Away, presente na deliciosa banda sonora de Iam Sam. E não pude deixar de rever o filme, que de resto me leva sempre às lagrimas, e que ainda repousava, selado, na estante da sala.

Iam Sam tem mais que ver com música do que à partida se possa pensar. Sam, personagem brilhantemente interpretada por Sean Penn, é um fã incondicional dos Beatles, e exemplo de como a música pode ser central na vida de uma pessoa.

Este Gimme Some Truth não faz parte da banda sonora do filme, toda composta por temas re-arrranjados dos Beatles, mas é a minha proposta para hoje por uma feliz coincidência. Eu conhecia o tema de Live At The Garden, mas nunca imaginei tratar-se de um original de John Lennon. O tema que constitui um dos mais belos momentos deste concerto dos Pearl Jam faz parte de Imagine, álbum de 1971 do qual saiu o single que se tornou hino com o mesmo nome.

Por tudo isto, por Lennon, que teve uma das mais incompreensíveis mortes da história da música, pela excelente interpretação dos Pearl Jam e, sobretudo, pela mensagem que passa, Gimme Some Truth é a música do dia.

Ontem por Lennon, hoje por Vedder, Gimme Some Truth.

Porque.... We can handle the truth!
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"I'm sick and tired of hearing things
From uptight, short-sighted, narrow-minded hypocritics
All I want is the truth
Just gimme some truth
I've had enough of reading things
By neurotic, psychotic, pig-headed politicians
All I want is the truth
Just gimme some truth"

sexta-feira, 11 de julho de 2008

JP Simões - 1970 (Retrato) (2007)

Não se tem falado noutra coisa, e com razão.
Finalmente a televisão portuguesa em sinal aberto vai ter um programa de divulgação musical.
Chama-se KM0, é uma produção da BUS para a RTP2, e vai ser apresentado pelo músico JP Simões.

Ingredientes de luxo que deixam adivinhar uma produção de qualidade. Durante vários meses, JP e a equipa de produção percorreram o país à procura de bandas de garagem e talentos escondidos. O ponto de partida foi a plataforma MySpace, espaço que permite às pequenas e grandes bandas divulgar o seu trabalho.

Para celebrar, hoje proponho 1970 (Retrato) primeiro single para o primeiro álbum a solo de JP Simões. Se eu já admirava o trabalho deste músico, de projectos como Pop Dell'Arte, Belle Chase Hotel ou o mais jazzy Quinteto Tati, este trabalho a solo veio consolidar aquilo que eu já suspeitava: JP Simões é um nome a reter.

Dos anos que passou no Brasil, trouxe influências notáveis da bossa nova para a sua música. 1970 (Retrato) tem muito dessas influências no ritmo, na composição, na letra.

Um tema sobre uma geração que é a sua, mas que o músico já não reconhece. Uma geração que se calou, casou, mudou, desapareceu, morreu. Acabou.

Um excelente exercício de lirismo. 1970 (Retrato), por JP Simões.

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"A minha geração é toda a minha solidão, é flor de ausência, sonho vão.
aparição, presságio, fogo de artifício, toda vício, toda boca
e pouca coisa na mão."

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para apontar na agenda....

KM0 estreia dia 26 deste mês, às 19:30h, na 2.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Queen - It's A Hard Life (1984)

Hoje acordei 2 minutos antes do despertador cumprir a sua função.
No rádio tocava este It's a Hard Life, dos Queen.

E realmente, àquela hora da manhã a vida é sempre dura. Acordar para trabalhar, ainda por cima com aquele céu cinzentão.

Apesar de este tema pertencer ao álbum The Works, de 1984, a vida dura de que fala Freddie Mercury nada tem a ver com acordar cedo para trabalhar. It's A Hard Life versa sobre um amor não correspondido e como é tramado manter uma relação.

Pouco importa. A vida é dura por muitíssimas outras razões e uma delas é sem dúvida acordar cedo para trabalhar no que não se gosta.

Quanto aos Queen, tudo já foi dito. Um dos líderes mais carismáticos do mundo da música, temas imortais reconhecidos em todo o mundo, muitos deles tornados hinos. Uma mistura de estilos, um estilo inconfundível.

It's a Hard Life é também uma lição de amor. Como tudo o que é feito com amor vale a pena.

Por hoje é tudo.

It's a Hard Life, Queen.

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"It's a long hard fight
But I'll always live for tomorrow
I'll look back on myself and say I did it for love
Yes I did it for love - for love - oh I did it for love"

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Iron Maiden - The Number Of The Beast (1982)

Sobe hoje ao palco do Super Bock Super Rock, a lenda viva do heavy-metal mundial.

É de fazer uma vénia, senhoras e senhores, Iron Maiden.



Este é um dos grandes acontecimentos do ano, do cada vez mais apetitoso menu de festivais de verão. Como se não bastasse, a vinda dos britânicos vai ser ainda mais memorável, já que - ouvi esta manhã na rádio - a banda vai usar pela última vez o palco da tournée de Powerslave, com motivos egípcios.



Para me redimir pelo facto de não poder estar presente, aqui fica esta recordação, The Number Of The Beast, os grandes, grandes Iron Maiden.



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"Let him who hath understanding
reckon the number of the beast
for it is a human number
its number is six hundred and sixty six."

segunda-feira, 7 de julho de 2008

The Offspring - Kick Him When He's Down (1992)

Não deve haver muitos casos destes na história da música. Kick Him When He's Down foi single para Ignition, três anos depois de este ter saído para o mercado.

Tenho andado a revisitar os primeiros anos de carreira dos Offspring, quando a banda de Dexter Holland era verdadeiramente punk. Nota-se, à medida que os anos passam, que a música vai ficando mais melódica, menos agressiva, a explorar mais recantos do rock.

Gosto deste Kick Him When He's Down sobretudo pela linha de guitarra, completamente viciante, e pela bateria, muito competente. Não é dos temas mais punk da discografia dos Offspring, mas não admira que, mesmo tanto tempo depois, tenha sido o único single de um disco esquecido.

Para conferir, Kick Him When He's Down, os Offspring.

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"Awake in a dream, get up and go to work
But I'm feeling like such a jerk
Like I said before
Little men come when everything goes"

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Louis Armstrong & Ella Fitzgerald- Basin Street Blues

Tem feito parte do meu trabalho, neste últimos dias, telefonar para aqui e para ali. Telefonemas daqueles em que nos põem invariavelmente em espera. Eternidades. Às vezes a chamada cai, outras vezes somos nós que desistimos.

Nos entretantos, ouvem-se conversas indesejadas, ruído, silêncio, e ocasionalmente música.
Num destes telefonemas ouvi Basin Street Blues, a canção que Louis Armstrong gravou em 1929 e que eu adoro ouvir em dueto com Ella Fitzgerald.

Um belo momento que me fez pensar como seriam bem mais agradáveis todos os escritórios de todas as empresas por este mundo fora, se se ouvisse jazz como música ambiente. Também se podiam ouvir outras coisas. Ter música durante o horário de trabalho parece-me sempre positivo. Positivo mas nem sempre concretizável. Não na empresa onde trabalho.

Este clássico do jazz é uma homenagem à rua de New Orleans, no Louisiana. Um local mítico para este género musical. Quanto a mim, este blues é também um hino à amizade, ao reencontro.
Afinal, Basin Street is the street where the best folks always meet.

Duas grandes vozes, Ella e Armstrong em dueto é a minha proposta para hoje. No final ainda temos direito a um scat, pelo mestre do improviso.

Basin Street Blues, Louis Armstrong com Ella Fitzgerald. Divino.

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"Won't you come along with me
to the Mississippi
we'll take a boat to the land of dreams
Steam down the river, down to New Orleans"

terça-feira, 1 de julho de 2008

Couple Coffee - Menino D'Oiro (2007)

Num dia qualquer de Maio ou Junho do ano passado, tive o prazer de partilhar um café com um simpático casal. Ele mais tímido, pouco falava, ela mais conversadora, transbordante de cor na saia e nas palavras.

Enquanto ele preparava o baixo (não traziam mais nada), ela pediu-me um café, falou-me dos filhos, das obras que tinham em casa, daquele cheiro a tinta e da bagunça. Depois falámos de música, de rádio e de Zeca Afonso. Nunca um sotaque tão brasileiro tinha em si tanta portugalidade. Contou-me que nunca chegara a conhecer José Afonso, mas era como se o conhecesse, por intermédio das histórias que contava um familiar seu amigo, talvez o avô, já não me lembro com precisão.

Norton Daiello continuava a afinar as cordas. Luanda Cozetti explicava-me o porquê de gravar Co'as Tamanquinhas do Zeca, um discos de versões do músico português.

Apaixonei-me de imediato pela música dos Couple Coffee, esta dupla fascinante de brasileiros a viver em Portugal.

Você já ouviu o Puro? Perguntava-me Luanda. Não, não tinha ouvido. Mas que bom título para um álbum de estreia!

Seguramente dois dos músicos mais marcantes que passaram pela rádio onde trabalhava na altura. O resultado só podia ser uma conversa muito agradável e os momentos musicais, ao vivo, voz e baixo apenas, mágicos.

Este ano os Couple Coffee regressam aos registos, com a banda alargada que os acompanha, em Young and Lovely, álbum de tributo à bossa nova.

Uma sonoridade incrível, de todos os recantos do jazz, uma intensa experiência musical.

Fica aqui a sugestão, Menino D'Oiro, de Zeca Afonso, pela mãos dos Couple Coffee.

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"Venham altas montanhas, ventos do mar
Que o meu menino, nasceu p'ra amar."