quarta-feira, 16 de setembro de 2009

The Vaselines - Son Of A Gun (1987)

Sei que não fui a única a conhecer os Vaselines através dos Nirvana e de covers de canções como este Son Of A Gun. Até hoje - o dia em que me chegou às mãos a deluxe edition de Enter The Vaselines, o duplo álbum com toda a discografia remasterizada e alguns bónus da banda de Eugene Kelly e Frances McKee - ainda não consegui entender como é que os Vaselines passaram despercebidos e constam tão ao de leve na história da música indie.

Não fosse Kurt Cobain, fã confesso da dupla escocesa, talvez os Vaselines não tivessem chegado a tanta gente. (A propósito, quantas bandas fizeram questão de revisitar bandas improváveis e pouco conhecidas e até de levá-las a subir ao palco?)

E o que é que os Vaselines têm? Para além de duas vozes transbordantes de carisma por, precisamente, estarem-se completamente nas tintas para o carisma; para além da irónica ingenuidade com que falam de sexo; para além das buzinas em Molly's Lips; da frontalidade absolutamente desarmante de Rory Rides Me Raw; da pronúncia fazer transformar "ugly" em "uguly"; das guitarras ora garage ora mais country; do ritmo frenético e viciante de Dum Dum; da sonoridade crua vinda directamente da garagem; para além disto, os Vaselines têm tudo. É aquela coisa a que alguns chamam honestidade. Ou verdade.

Foi certamente por isso que Cobain disse um dia que Kelly e McKee eram os melhores compositores de sempre.

The Vaselines, Son of a Gun.

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"The sun shines in the bedroom when you play,

And the raining always starts when you go away."

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