sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

The Legendary Tiger Man - Fuck Christmas, I Got The Blues (2003)

Não há nada a fazer, eu adoro os blues.
Muitos dirão que os blues são o parente pobre do jazz. Como aqueles que um dia disseram que a música pop, no sentido de popular, deixava de ser música por isso. Música, só a erudita.

Na verdade os blues são estruturas musicais simples, das quais partem todas as canções, um pouco como no nosso fado. Há uma forma de cantar, de tocar a guitarra ou banjo, de entoar as notas, de construir os poemas que distingue qualquer blues à distância.

Nascidos nos finais do século XIX, pelas mãos calejadas dos imigrantes negros no delta do Mississipi, os blues são, como diz o especialista José Duarte, o principal afluente do grande rio do jazz. Sendo ao mesmo tempo inspirador e inspirado.

Não são um estilo muito flexível, com o qual se consigam fazer mil e uma experimentações e talvez esteja aí o encanto dos blues, na simplicidade, na honestidade.

É Natal e não posso deixar de sugerir este irónico Fuck Christmas, I Got The Blues, tema que deu nome ao segundo álbum de Paulo Furtado enquanto The Legendary Tiger Man.

As one-man-bands são outra coisa deliciosa. Um homem, uma parafernália de instrumentos. Marca o ritmo no pedal da bateria enquanto toca guitarra e harmónica. Tudo ao mesmo tempo.

Paulo Furtado recupera esse imaginário dos músicos pedintes, com a armação de metal ao pescoço, mini-bateria e guitarra às costas. Isso tudo aliado a uma imagem vintage soberba, fazem dele um dos músicos mais carismáticos da nossa praça.

Quem não estiver muito ligado nas tradições natalícias, aproveite o dia 25 para rumar à Galeria Zé dos Bois e assistir a mais uma edição das Fuck Christmas, I Got Something Weird Sessions.

The Legendary Tiger Man, Fuck Christmas, I Got The Blues.

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"Fuck Christmas, baby... I got the blues!"

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