sábado, 3 de janeiro de 2009

Prince - Kiss (1986)

A notícia está por todo o lado. Prince vai voltar em 2009 não com um, nem com dois, mas com três novos álbuns de originais. E o melhor de tudo? A distribuição vai ser feita mais uma vez por conta própria, sem editora.

Os desentendimentos dos últimos anos com editoras culminaram em 2007 com a distribuição de Planet Earth com um jornal inglês, uma verdadeira chapada de luva branca nas caras das grandes labels internacionais. Já em 2008 (a tentação de escrever este ano ainda é grande...), bandas como os AC/DC (a propósito, em breve farei aqui a minha crítica a Black Ice) seguiram-lhe as pisadas, e fizeram a distribuição sem editora, juntos dos grandes retalhistas.

(Agora sim) Este ano Prince repete a façanha e edita três álbuns, com sonoridades diferentes: MPLSOUND, mais electro e pop experimental, Lotus Flower, um tributo à guitarra eléctrica e Elixir, em parceria com a cantora sua protegida, Bria Valente, em que Prince vai estar à guitarra.
Para além de ser sempre positivo ver notícias destas em que aos poucos os grandes nomes da música mundial se vão libertanto dos grilhões das grandes distribuidoras, o regresso de Prince marca o regresso de uma pop/funk perdida nos idos gloriosos dos anos 80. Cá para mim, isto promete.

Antes de vos deixar com este Kiss, de Parade, o oitavo álbum de uma imensa discografia, quero apenas dizer mais isto: é claro que o trabalho das editoras e distribuidoras é importante para o mundo da música, não digo o contrário. Mesmo com as facilidades que esta nova era da comunicação nos apresenta, os novos músicos não conseguem fazer valer o seu trabalho por conta própria e conseguir viver exclusivamente disso. Por esta razão, as estruturas de distribuição e edição são importantes numa primeira fase. Quando a banda ou artista em causa tem um nome e um currículo tão sólidos como Prince ou os AC/DC, porquê continuar a alimentar a luxúria grandes máquinas da indústria musical?

Parece-me que a solução não é o fim das editoras, mas um diálogo muito mais aberto sobre os direitos dos artistas e das empresas associadas. Talvez pequenas editoras, quase familiares, consigam resistir mais facilmente a todos estes constrangimentos que as grandes labels.

Para já, e para abrir o apetite ao que se segue, uma viagem até aos psicadélicos anos 80, com Prince e Kiss.

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"You don't have to be rich to be my girl,
You don't have to be cool to rule my world
Ain't no particular sign I'm more compatible with
I just want your extra time and your kiss"

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