segunda-feira, 14 de abril de 2008

Clã - Competência Para Amar (2004)

Que os Clã são nomes seguros do pop-rock nacional já sabíamos. Que a banda de Manuela Azevedo conseguiria dar à luz um disco tão peculiar como Rosa Carne (2004), dificilmente desconfiaríamos.

Devo explicar: os Clã sempre nos habituaram a boas canções e bons discos. Dançar na Corda Bamba, mais rockeira, H2Homem, com uma componente visual muito forte, Problema de Expressão e Sopro do Coração a revelar toda a sensualidade da voz de Azevedo. Mas Rosa Carne surpreende, não pela qualidade - essa já estava bem associada ao nome Clã -, mas pela coerência, maturidade e - porque não dizê-lo? - inspiração. No álbum de 2004, as canções sucedem-se com elegância feminina, espreitam para os quartos dos casais através de cortinas semi-transparentes. É o universo da mulher, em tons rosa-carne, as suas vivências, a sua sensualidade/sexualidade/erotismo, o amor também.

Numa altura em que Cintura (2007) já deu vários singles às estações de rádio, recuo àquele que foi considerado por muitos o melhor álbum dos Clã. Não que Cintura seja inferior, não o é seguramente, mas é menos uma surpresa. Tira a Teima é um bom single sem surpreender, Sexto Andar já recupera algum intimismo ao antecessor.

Competência Para Amar, tema de apresentação para Rosa Carne, é elegância em forma de canção. Estão lá as palavras de Carlos Tê, o eterno letrista, a voz arrastada de Manuela Azevedo e todo um ambiente musical envolto em fumos e transparências. E até excertos de canções de Amália. Delicioso.

Os Clã, Competência Para Amar.

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"Essa pose cansada,
tão despida de emoção,
de quem já viu tudo
e tudo é uma imensa repetição"

1 comentário:

Fátima disse...

Olá Pat! =) bom blog, tou a gostar. espero que esteja td bem ctg. =)

Fátima Casanova (CC)