segunda-feira, 31 de março de 2008

Alice In Chains - Rooster (1992)

O movimento grunge deu ao mundo bandas muito particulares e distintas. E os Alice In Chains foram talvez a mais particular de todas elas.

Com uma sonoridade muito mais voltada para o heavy-metal e para o glam-rock, o grupo do malogrado Layne Staley distinguiu-se da restante cena musical de Seattle por não beber tanto das influências punk. As guitarras são muito mais agressivas e as temáticas abordadas bem mais pesadas e depressivas.

Em 1996, os Alice in Chains seguiram o exemplo dos Nirvana e aceitaram o convite da MTV para um concerto Unplugged. Chegava a hora de trocar os riffs poderosos por guitarras acústicas, o ritmo estonteante das canções por momentos mais intimistas. Não foi fácil para os Alice In Chains actuar num registo completamente afastado daquilo que eram habitualmente em palco.
E não foi fácil principalmente porque o estado de saúde de Staley assim o ditou.

Ao palco da MTV subiu uma figura magra, pálida, de negro e óculos escuros. Encolhido no banco, Layne Staley cantou o que pôde, sempre imóvel, sempre com a mesma expressão. Quando finalmente tirou os óculos, podemos ver: cantou sempre de olhos fechados.

Muitas vezes não cantou. Deixou essa tarefa para Jerry Cantrell, que estava à guitarra. Enganou-se. Praguejou e recomeçou.

Para quem, como eu, tinha descoberto os Alice in Chains poucos anos antes, a notícia de 20 de Abril de 2002 foi como um balde de gelo: Layne Staley morria de overdose no apartamento de Seattle de onde já pouco saía. Passei o dia com o rádio ligado a ouvir uma emissão especial sobre os Alice in Chains. Nem queria acreditar.

Ontem, enquanto via o MTV Unplugged em DVD, a morte pareceu-me óbvia e expectável. Como conseguiu viver Staley tanto tempo?

Escolhi Rooster, do segundo álbum da banda, Dirt. É das minhas preferidas.

Alice in Chains, Rooster. You know he ain't gonna die.

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"Got my pills against mosquito death
My buddy's breathin' his dyin' breath
Oh God please, won't you help me make it through"

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